quinta-feira, 21 de maio de 2009

Primeiro bebé clonado pode nascer em dois anos

O controverso médico norte-americano Panayiotis Zavos, que se dedica à clonagem humana, garante já ter conseguido criar 14 embriões e até implantado 11 em quatro mulheres. Está, por isso, confiante que o nascimento do primeiro bebé será em breve. Zavos é procurado por casais inférteis, mas também por pais que querem clonar os filhos mortos.O primeiro bebé clonado pode nascer dentro de dois anos. Pelo menos foi isso que Peter Williams, autor de um documentário sobre o trabalho do polémico médico Panayiotis Zavos, disse à Sky News Online. "O Dr. Zavos registou um crescimento vigoroso em 30 células embrionárias antes de as transferir para o útero e é por isso que ele está optimista quanto ao nascimento do primeiro bebé clonado dentro de dois anos", conta Peter Williams.O autor do documentário sobre o trabalho de clonagem do controverso especialista garante ainda que o projecto já atingiu uma "fase avançada" e que esta pode vir a ser uma "forma viável de tratamento para a infertilidade". Panayiotis Zavos, desprezado por grande parte da comunidade científica pelo seu comportamento ético, trabalha actualmente num laboratório secreto, que se pensa estar localizado algures no Médio Oriente, num país onde a tentativa de criação de um ser humano geneticamente idêntico a outro não seja proibida.O especialista, já terá implantado embriões clonados em quatro mulheres, uma delas britânica. Zavos garante ainda que mais de 100 casais já o procuraram para terem um bebé clonado.A clonagem humana é proibida em Portugal, à semelhança da maioria dos países. E embora o médico afirme que já clonou 14 embriões e transferiu 11 para o útero de quatro mulheres, não se registaram gravidezes de sucesso.A técnica usada por Panayiotis Zavos é a mais comum e permite criar cópias genéticas dos pais, usando apenas o óvulo vazio da mãe (ver caixa). Além dos casais que querem vencer a infertilidade, o especialista também trabalha com as células de pessoas que já morreram. Um desses casos é Cady, uma criança norte-americana vítima de um acidente de carro, aos dez anos. As suas células sanguíneas foram congeladas e enviadas a Zavos pela mãe. O embrião clone de Cady foi feito com o recurso a um óvulos de vaca. Este híbrido de humano e animal não foi transferido para nenhum útero, mas o médico acredita que estas células podiam dar origem a um clone perfeito de Cady.No entanto, a classe científica já reagiu aos supostos avanços de Zavos. Josephine Quintavalle, fundadora do Conselho para a Ética da Reprodução, aconselha os cientistas a pensarem nos interesses da criança que vai nascer. "Temos de perguntar porque é que as pessoas querem um clone - é fisicamente perigoso", alerta a cientista, citada pela Sky News Online. De facto, o risco de malformações congénitas graves é um dos principais entraves à técnica.Mas as questões éticas são provavelmente mais fortes do que as científicas. "Colocar sobre uma criança que vai nascer a carga de alguém que morreu e que estamos a tentar substituir é privar essa criança da sua singularidade", critica Quintavalle. As tentativas de clonagem humana começaram após a criação da ovelha Dolly.