A Associação Portuguesa de Fertilidade cria protesto inovador que consegue chamar a atenção para os problemas de uma grande quantidade de portugueses que nos últimos anos têm tido poucos apoios.
"A Associação Portuguesa de Fertilidade (APF) promoveu esta quarta-feira uma acção de sensibilização com carrinhos de bebé vazios em frente ao edifício da Assembleia da República, marcando a passagem de um ano desde o anúncio do governo para os apoios à Procriação Medicamente Assistida (PMA), durante a discussão sobre o Orçamento de Estado para 2008.
A APF não reuniu mais de 15 pessoas nesta acção, mas demonstrou a sua insatisfação face ao atraso no apoio estatal aos tratamentos de fertilidade e PMA.
Dos 1700 nascimentos decorrentes de PMA prometidos pelo Governo em 2007 ainda não se verificou um único nascimento. A APF continua a afirmar que, ainda assim, este até foi dos governos que mais fez em relação aos problemas de fertilidade.
Contudo, os resultados ainda estão longe de estarem resolvidos e a solução no sistema de saúde público manifesta-se como sendo insuficiente, quer em relação ao tempo de espera (com casos que chegam a atingir os 8 anos), quer em relação ao regime de apoio na compra dos medicamentos suplementares ao tratamento que atingem também valores muitos elevados.
Infertilidade: casais esperam há um ano por apoios
Na opinião de Filomena Gonçalves, da APF, o objectivo desta acção de sensibilização é «alertar o governo para os atrasos na aplicação efectiva dos financiamentos prometidos no orçamento de estado do ano passado para a procriação medicamente assistida» e protestar contra o facto das «seguradoras não co-participarem os tratamentos ligados à infertilidade».
Segundo as declarações da representante da APF, o segundo objectivo da acção passa por reivindicar «a criação de um banco público de gâmetas», pois «neste momento os casais que necessitam de recorrer para procriar a dadores de esperma ou de ovócitos não tem um sitio público para o fazer e tem de recorrer ao privado onde os tratamentos chegam a ser muito caros para as nossas bolsas».
O sistema privado continua a ser uma das únicas hipóteses viáveis para o tratamento deste género de doenças ainda muito estigmatizadas por uma sociedade que continua a não querer encarar, com sentido de igualdade, os problemas sentidos por quem sofre de problemas de fertilidade."
(caso nao consiga visualizar o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=o0e6vaaok3g)