quinta-feira, 21 de maio de 2009

Obsessão por ser mãe pode adiar ainda mais a gestação


Alguns acreditam ser uma questão cultural. Outros alegam haver componentes genéticos. A predisposição à maternidade, seja qual for a sua raiz, é natural e resulta quase sempre em um grande acontecimento. Mas preocupam aquelas mulheres que, obcecadas por ter um filho, acabam adiando ainda mais a realização de seus sonhos.
“O componente psicológico implícito na tentativa de ter um filho é tão forte para algumas mulheres, que muitas chegam a fazer um autodiagnóstico de infertilidade sem nem mesmo terem tentado engravidar naturalmente durante seis meses seguidos”, diz a doutora Silvana Chedid, especialista em fertilização in vitro.
Segundo a médica, mulheres que adiam a maternidade para quando estiverem com a vida profissional ou pessoal mais definida são as que mais sofrem os efeitos da pressão psicológica quando decidem engravidar.
Ansiedade, baixa autoestima e pressão social dificultam gestação “Enquanto há mulheres obcecadas por ter muitos filhos, como a americana que acaba de dar à luz óctuplos, também há aquelas que entram num processo de ansiedade logo nas primeiras tentativas frustradas. Há componentes de culpa e de baixa autoestima, além das pressões sociais. Geralmente, a paciente não consegue administrar muito bem a curiosidade de familiares e amigos sobre quando nasce o bebê. Isto quando a ansiedade do próprio parceiro não acaba aumentando ainda mais sua tensão”.
Por outro lado, a especialista em reprodução humana adverte sobre a ideia de que a “infertilidade está apenas na cabeça da pessoa”. “Não se pode menosprezar um assunto tão importante como a capacidade de gerar uma criança. Se uma boa predisposição mental contribui para ter uma gravidez fácil e tranquila, não é verdade que tudo esteja relacionado ao emocional”.


in www2.uol.com.br